sábado, 30 de junho de 2012


Um comentário:

  1. Bom dia!

    Meu nome é Avelin Rosana Rolim Correia de Oliveira,fui convocada para a entrevista no dia 9 de agosto ás 19:20,Na FAFICH para ocasião de entrevista no programa de Afirmação na Pós graduação.Estive na UFMG, da forma que sou.De peito aberto e com a cara e a coragem.Fui informada da entrevista apenas uma hora antes, devido a problemas no site.
    Ora convenhamos,moro no Barreiro uma região bastante distante do Campus Pampulha.Sendo assim, com o dinheiro que eu não possuía , peguei um táxi para tentar chegar a tempo.
    Pois bem, cheguei e fui muito bem recebida pela banca.Mas como marinheira de primeira viajem que sou apesar de ser graduada fazem dois anos.Nunca pude ousar fazer uma pós em nível de mestrado.Por estar muito além de minhas posses e investimentos possíveis.Sendo assim a proposta do AFIRMAÇÃO NA PÓS me veio como resposta aos meus sonhos.
    Fui entrevistada , aguardei com afinco o resultado e dolorosamente meu nome não estava lá.Não imagino os critérios utilizados nesta entrevista "oque gostariam de ouvir, ou ver".Um projeto bem elaborado?Uma ideia lúcida de que linha de pesquisa seguir?Uma pessoa pronta para ser mestre?
    Por favor! Se assim for os cursinhos pré-vestibulares terão que abrir vagas para pré-mestrandos.
    Eu honestamente não tenho nenhum curso de línguas, nem iniciação científica,apenas trabalho na área de mobilização cultural, e sou professora do ensino médio da SEE/MG onde exerço o cargo de professora de sociologia, devido á minha formação em Ciências Sociais.Fora estes requisitos além de a necessidade de se intitular negros ou índios.Eu estava cheia de esperanças de melhorar o meu padrão cultural e de minha comunidade.
    Mas para minha decepção o que vi dentre os selecionados foram pessoas que já possuem em sua maioria alguma qualificação que justamente o programa AFIRMAÇÂO, supõe dar á aqueles que não possuem acesso á estas ferramentas.Sendo assim em uma pequena pesquisa , percebi entre os selecionados que já eram falantes de línguas estrangeiras, possuíam duas ou mais graduações, além de alguns não trabalharem sequer.
    Sei que esta carta parece rancorosa , e é.Afinal de contas preparar os preparados não é programa de inclusão de negros e índios. E índios? Onde estamos nós índígenas naquele quadro? Limitados a sermos educadores em nossas aldeias, apenas isso?
    Estou profundamente desenganada com a proposta, sei que em tese ela é perfeita. Precisamos sim, negros e índios tendo acesso ao mestrado, mas e nós negros e índios de baixa renda?Se não, isso se torna apenas uma falácia, para "governo" ver que UFMG esta cumprindo a lei de quotas, ganhada com muito suor.Coisa que é de saber de todos que a reitoria da UFMG sempre foi contra.
    Assim sempre seguindo minha inspiração e missão de protestar contra injustiças , aqui estou, declarando o meu repúdio ao programa, que seleciona os selecionados e dá para aqueles que possuem apenas o sonho e conhecimento nas mãos, a"banana" aquela mesma que nós os pobres negros e índios sempre receberam do governo e desta elite que se diz "pensante".

    Agradeço pela atenção.

    ÀVELIN ROSANA -SOCIÓLOGA DRT 1064/MG

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